sábado, 28 de abril de 2007

Ladrilhos da Alma

No monólogo do bipolar
Pouco a pouco pude constatar
Raíz-rejeição, de progenitores
Muita lágrima no olhar....

Carência afetiva
Dor de fato, a ardida
Que ao longo da vida
Inominavelmente
Não tivera, saída

Frustração por não sentir-se amado
Por não ser querido ou respeitado
Diuturnamente preterido... o coitado...

No diálogo com muitos
O que está sobressaltado
É o grito d’alma...
Ressentimento, mágoa, impotência
Na máscara da cara
Falsa calma...

No monólogo do bipolar
Meus olhos vêem
A dor de muitos esquecidos, que não se esqueceram
Preteridos, pelo abusador escolhidos...
Escravos silenciados...
Seres não crescidos, não amadurecidos
Por não terem seus conflitos resolvidos.

No diálogo, o que expressa
Dor de ser diminuído
Saga da palavra de insulto
Bipolar fora constituído...

Dores da vida
Altos e baixos
Moinhos de vento, Roda viva
Roda gigante, sangra
Resultado?
Cascas de ferida...

Na infância quis proteção
Carinho referência
Mas bipolar obteve agressão, falta de ninho...
E do agressor: impaciência.
Pseudo-pai
Pseudo-mãe
Pseudo-amor
Pseudo-calor.

Mas agora, o incontrolado
Por vezes medicado
Ocasionalmente agressivo, desajustado
É fruto de instantes do passado
Dramático para si, para outros tortura
Diariamente busca cura
Para não se perder, de corpo e alma na loucura.

Autora: Marcia Cristina Romagnoli

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